Pelo menos 120 turistas brasileiros aguardam resgate na região de Cuzco, no Peru, próxima ao sítio arqueológico de Machu Pichu, atingido por fortes chuvas desde o último sábado (23).
Preocupado com os turistas, o embaixador do Brasil em Lima (Peru), Jorge Taunay Filho, disse à Agência Brasil que pediu prioridade à Defesa Civil peruana e montou um gabinete de crise para administrar o assunto. Por enquanto, segundo ele, não há informações de brasileiros mortos ou feridos. A ferrovia que dá acesso a Machu Pichu está bloqueada.
[SAIBAMAIS];Felizmente, pelo que fui informado pelas autoridades peruanas, não há brasileiros mortos, nem feridos. O que sabemos é que devem existir brasileiros na cidade de Machu Pichu, que fica em uma região de difícil resgaste, mas que dispõe de uma infraestrutura mínima, com alguns hotéis;, disse Taunay Filho.
O embaixador afirmou, ainda, que o governo do Peru enviou na tarde de hoje (26) quatro helicópteros para o resgate dos turistas estrangeiros. De acordo com ele, ontem (25), um grupo de 60 pessoas ; na sua maioria idosos, crianças e doentes ; foi retirado do local. Ao todo, há cerca de 2 mil turistas em Machu Pichu, isolados devido às enchentes.
A seguir, os principais trechos da entrevista com o embaixador do Brasil em Lima.
Agência Brasil ; A solução emergencial, adotada pelo governo peruano, de enviar helicópteros com água e comida e para resgatar os que querem deixar a região é suficiente?
Jorge Taunay Filho ; As autoridades peruanas estão muito dedicadas ao assunto porque as enchentes tomam conta de praticamente toda a Região Sul do país, que é a área mais pobre. Fora isso, tem a região de Cuzco, que é um dos principais e mais famosos pontos turísticos do Peru. A preocupação é evitar o agravamento da situação das vítimas. Como as estradas e ferrovias estão impedidas, a única alternativa é por via área.
ABr ; Há informações de uma turista argentina e um guia peruano mortos. O senhor sabe se há brasileiros mortos e feridos?
Taunay Filho - Felizmente, pelo que fui informado pelas autoridades peruanas, não há brasileiros mortos, nem feridos. O que sabemos é que devem existir brasileiros na cidade de Machu Pichu, que fica em uma região de difícil resgaste, mas que dispõe de uma infraestrutura mínima, com alguns hotéis.
ABr - O senhor apelou à Defesa Civil e montou um gabinete de crise na embaixada. Será que, com isso, a ajuda aos brasileiros está garantida?
Taunay Filho ; Posso dizer que o tempo está ajudando. Hoje [26], as chuvas diminuíram naquela região, então isso facilita o acesso e o resgate das pessoas. Ontem [25], não havia teto, nem condições de abastecimento dos helicópteros. A célula de crise [gabinete de crise] é para reunir informações, prestar esclarecimentos aos parentes dos turistas e também ajudar aos que estão no Peru. Tudo está funcionando na minha sala e há um serviço de telefone 24 horas [00 511985039263].
ABr ; Os brasileiros que estão na região de Cuzco, nas cidades de Água Caliente e Machu Pichu, podem estar passando necessidades?
Taunay Filho ; É possível que alguns tenham dormido nos vagões dos trens, mas isso é apenas um pouco desconfortável. Os hotéis daquela área estão lotados e há dificuldades para abrigar todas as pessoas. A cidade de Água Caliente é pequena, uma espécie de povoado e que não tem estrutura para muita gente. A região de Machu Pichu é mais alta e de difícil acesso. Talvez a dificuldade, neste caso, seja para resgatar, via helicóptero, essas pessoas. Porém, as autoridades peruanas estão enviando água e mantimentos para aquela região.
ABr ; As autoridades peruanas mantêm a Embaixada do Brasil em Lima informada?
Taunay Filho ; O tempo todo temos informações oficiais. Em Cuzco, há um cônsul honorário, que nos informa o tempo todo e acompanha as atividades na região. Hoje, foram enviados mais dois diplomatas experientes para aquela área que terão a missão de dar o apoio que os brasileiros necessitarem e também de manter contato com as autoridades. E, daqui de Lima, eu estou trabalhando com toda a equipe da embaixada.