A Otan quer que a conferência de quinta-feira (28/01) em Londres sobre o Afeganistão avalie a sua proposta de transferir de forma progressiva a missão de garantir a segurança para o Exército e a Polícia afegãos, uma condição chave para a retirada das tropas estrangeiras.
"A prioridade" da Aliança Atlântica "é fornecer os instrumentos adicionais necessários" para "melhorar os centros de formação" das forças afegãs, declarou nesta semana o comandante da Otan, almirante James Stavridis.
A organização militar pretende ampliar o Exército afegão dos 100.000 soldados atuais para 134.000, em outubro, e para até 171.000, em outubro de 2011.
Sobre o número de policiais, espera passar dos 80.000 homens para 109.000 dentro de nove meses e para 134.000, em outubro de 2011.
Para alcançar esses objetivos, o almirante Stavridis explicou que são necessárias 20 equipes adicionais de instrutores, que se juntariam às 64 que já estão mobilizadas no país.
Mas os instrutores não são a única necessidade. O comandante citou o "analfabetismo, a corrupção, a deserção e os problemas de competência" como barreiras para a criação de forças afegãs fortes e confiáveis.
O fato de ter aumentado o soldo dos soldados afegãos para entre 160 e 225 dólares mensais permitiu pelo menos um recrutamento maior e a redução do número de deserções, segundo o porta-voz da Otan, James Appathurai.
A grande pergunta para os aliados continua sendo quanto tempo durará esse período de transição.
Segundo o jornal britânico The Times, o projeto de conclusões da conferência internacional de Londres concede "entre três e cinco anos" às forças afegãs para que assumam o lugar dos 113.000 militares estrangeiros presentes no Afeganistão.
Para o almirante Stavridis, apesar de todos os problemas, a transferência de responsabilidades é "concretizável" em um prazo de cinco anos.