Representantes de cerca de 20 países e de organizações internacionais se reúnem hoje em Montreal, no Canadá, para traçar um "mapa" de ações para ajudar o Haiti a se reerguer após o terremoto do dia 12. A preocupação principal é não só coordenar o apoio humanitário, mas pensar a reconstrução das cidades atingidas. Algumas ONGs têm pressionado ainda para que os países presentes à conferência perdoem a dívida internacional do Haiti, que chega a quase US$ 1 bilhão.
[SAIBAMAIS]São esperados em Montreal o primeiro-ministro haitiano, Jean-Max Bellerive, e os chanceleres do Brasil, Celso Amorim; da França, Bernard Kouchner; e dos Estados Unidos, Hillary Clinton. Japão, Espanha, República Dominicana e União Europeia, assim como outros países do chamado Grupo de Amigos do Haiti também deverão enviar altos representantes.
"O que necessitamos agora é um plano coletivo que responda às aspirações dos haitianos e que seja baseado em uma sólida avaliação das necessidades e prioridades. Queremos fazê-la (a reconstrução do Haiti) bem", afirmou o ministro de Relações Exteriores canadense, Lawrence Cannon.
Plano Marshall
Na última semana, o diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, comparou a situação no Haiti com a da Europa após a Segunda Guerra, ao sugerir que se estabelecesse uma espécie de "Plano Marshall" para o país devastado. A aprovação de uma ação como essa, contudo, só poderia ser feita em uma cúpula com chefes de Estado e de governo, que ainda será marcada.
Uma decisão que pode ser tomada na reunião de hoje, segundo organizações como a Oxfam, é a de cancelar a dívida haitiana, avaliada em US$ 890 milhões. Outro problema que deverá ser debatido é o que fazer com o possível fluxo de refugiados e imigrantes a países da região, especialmente República Dominicana e Estados Unidos.