Soldados brasileiros da Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah) tiveram que atirar para o alto e lançar bombas de gás lacrimogêneo para conter um tumulto que surgiu durante uma distribuição de ajuda organizada sábado em Porto Príncipe, constatou um fotógrafo da AFP.
A distribuição de comida, óleo de soja, água e rádios organizada em um antigo aeroporto militar começou na calma, com duas longas filas de haitianos aguardando tranquilamente. A maioria deles ainda não havia recebido qualquer ajuda desde o mortífero terremoto do dia 12.
No entanto, após algumas brigas isoladas, a situação degenerou e a multidão avançou na ajuda, obrigando os militares brasileiros a fazer disparos de advertência e a lançar bombas de gás lacrimogêneo.
Ainda não se sabe se a distribuição pôde ser concluída.
A porta-voz do Escritório de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), Elisabeth Byrs, mencionou um "incidente isolado", e destacou que poucos casos de violência têm sido observados durante as operações humanitárias.
"É normal que haja incidentes isolados deste tipo, provocados pela exasperação e o desespero", comentou.
"A situação continua sob o controle da Minustah. Estes atos de violência não são representativos do povo haitiano. A população tem se mostrado calma e digna", afirmou.