O major uruguaio Manuel Juan Cordeiro Piacentini foi extraditado neste sábado (23/1) para a Argentina. Por volta do meio-dia, o militar foi entregue pela Polícia Federal às autoridades argentinas na ponte internacional que liga Uruguaiana (RS) a Paso de los Libres.
Cordeiro Piacentini estava internado em Sant'Ana do Livramento, a cerca de 200 quilômetros de Uruguaiana, desde o último dia 19. O major, que é cardíaco, alegou mal súbito. A Polícia Federal aguardou liberação médica para fazer a extradição.
O militar foi transportado de ambulância entre as duas cidades. Em Uruguaiana, foi submetido a exames na Santa Casa e depois levado para extradição. Cordeiro Piacentini responderá, na Argentina, pela acusação de sequestro de Adalberto Valdemar Soba Fernandes, uma criança de 10 anos, ocorrido em 1976.
A extradição de Cordeiro Piacentini foi pedida pela Justiça argentina há cerca de cinco anos. Em 6 agosto de 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a extradição. Além da Argentina, o Uruguai pediu a extradição do militar. O STF decidiu pelo pedido da Argentina, pois o suposto sequestro ocorreu naquele país.
O major uruguaio é acusado de participar da chamada Operação Condor, que na década de 70, no Brasil, na Argentina, no Chile, na Bolívia, no Paraguai e Uruguai articulou a repressão política contra opositores da ditadura.