O museu de Auschwitz recuperou nesta quinta-feira (21/01) o letreiro com a inscrição em "Arbeit macht frei" (O trabalho nos torna livres) roubado em dezembro no antigo campo de concentração nazista e depois achada pela polícia polonesa, informou o porta-voz do museu, Bartosz Bartyzel.
[SAIBAMAIS]Seis dias depois das cerimônias pelo 65º aniversário da libertação do campo de Auschwitz-Birkenau instalado em 1940 pela Alemanha nazista no sul da Polônia ocupada, a promotoria restituiu o letreiro ao museu.
O letreiro foi roubado em 18 de dezembro passado, mas recuperado dividido em três pedaços. A frase em alemão simboliza, para a maioria, o cinismo sem limites da Alemanha nazista.
O slogan popularizado pelo pastor alemão Lorenz Diefenbach, morto em 1886, em seu livro "Arbeit Macht Frei", foi retomado pelos nazistas em 1930.
No início, os nazistas o utilizavam com fins de propaganda na luta contra o elevado desemprego na Alemanha, mas, anos mais tarde, se converteu num slogan dos campos de trabalho e extermínio alemães.
A ideia de utilizar a frase nos campos é atribuída ao SS Theodor Eicke, um dos chefes da concepção e organização das redes de campos nazistas.
"Arbeit macht frei" figurava na entrada dos campos de Dachau, Gross-Rosen, Sachsenhausen, Theresienstadt, Flossenburg e Auschwitz, o maior de todos os campos de extermínio.
Fabricada em julho de 1940 por um prisioneiro polonês, o ferreiro Jan Liwacz, a inscrição de Auschwitz é de aço, mede cinco metros e tem uma particularidade: a letra B da palavra Arbeit está invertida.
Segundo uma interpretação perpetuada pelos sobreviventes, o B invertido simbolizava a resistência à opressão nazista, explicou Sawicki.
Quando, em 27 de janeiro de 1945, o Exército soviético libertou Auschwitz, a inscrição foi desmontada e ia ser levada para o Leste de trem.
No entanto, Eugeniusz Nosal, um prisioneiro polonês recém-libertado, subornou um guarda soviético com uma garrafa de vodca para recuperá-la.
Escondida durante dois anos na prefeitura de Oswiecim (nome polonês do campo de Auschwitz), a inscrição voltou a seu lugar original em 1947, quando o campo de extermínio virou museu e memorial.
Entre 1940 e 1945, o regime nazista alemão exterminou 1,1 milhão de pessoas em Auschwitz-Birkenau.