O Ministério da Defesa vai pedir ao Congresso Nacional que autorize o envio de mais 1,3 mil militares para o Haiti, devastado por um terremoto no último dia 12. Com isso, o governo atente a um pedido da Organização das Nações Unidas (ONU) para aumentar para 2,6 mil homens o contingente brasileiro na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah).
Na exposição de motivos interministerial, os ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, e da Defesa, Nelson Jobim, pedem a autorização do Congresso para dobrar o número de soldados e oficiais na força de paz, comandada pelo Brasil. Hoje, há 1,3 mil militares brasileiros no país caribenho.
A prioridade, segundo o Ministério da Defesa, seria o envio de militares que já tenham servido no Haiti. De acordo com o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, 10 mil homens já estiveram naquele país. Com o reforço no contingente, afirma Jobim, será possível atender, com a urgência necessária, o pedido da ONU.
Logo após o Conselho de Defesa da Nações Unidas ter autorizado que mais 3,5 mil militares se somem aos cerca de 7 mil já lotados no Haiti, a Minustah sugeriu que o Brasil incrementasse sua participação, de forma imediata, com pelo menos 900 militares, entre fuzileiros navais e policiais do Exército. Além disso, o comando da missão de paz espera poder contar com uma reserva de mais 400 brasileiros para deslocá-los rapidamente àquele país, caso o governo brasileiro aceite a proposta.
%u201CConsideramos que a elevação do contingente brasileiro deve ser significativa para que o Brasil possa reforçar sua atuação no terreno e manter participação decisiva no esforço de assistência ao Haiti%u201D, sustenta o ministro, na exposição de motivos.
A exposição de motivos interministerial será encaminhada à Casa Civil, a quem compete enviá-la ao Congresso Nacional, a fim de que seja transformada em decreto legislativo. De acordo com o presidente do Senado, o senador José Sarney, a comissão representativa responsável pelos trabalhos legislativos durante o recesso parlamentar será convocada para votar o pedido já na próxima segunda-feira (25).