Ali Hassan al Majid, conhecido como "Ali Químico", foi condenado neste domingo pela segunda vez à morte na forca por ter ordenado, em 1988, o bombardeio com gás do povoado curdo de Halabja, o que matou 5.000 pessoas.
O canal Al-Iraquia anunciou a decisão do tribunal penal iraquiano em uma faixa de notícias que aparecia na parte inferior da tela.
"Ali Químico", que foi o temido braço direito do primo Saddam Husein, já havia sido condenado à pena capital pela repressão das rebeliões curda e xiita do fim dos anos 80 e início dos 90.
O tribunal penal também condenou neste domingo a 15 anos de prisão o ex-ministro da Defesa Sultan Hachim Ahmed e o ex-chefe da inteligência Saber al-Duri. Outro antigo comandante militar iraquiano, Farhan Mutlak al-Juburi, recebeu uma sentença de 10 anos de prisão.
"É uma vitória para todos os iraquianos, para a humanidade e para os curdos porque Halabja é o maior crime da era moderna", declarou à AFP o ministro dos Mártires e dos Deslocados do governo autônomo do Curdistão, Majid Hamed Amin.
"Halabja não é apenas uma questão que envolve os curdos, e sim os iraquianos e o mundo inteiro", completou.
Todos os acusados foram condenados pelo massacre dos curdos no vilarejo de Halabja em março de 1988.
No momento em que a guerra entre Iraque e Irã chegava ao fim, os peshmergas curdos tomaram o controle da localidade nas montanhas do Curdistão. O Exército iraquiano respondeu com o bombardeio de Halabja, o que obrigou os combatentes curdos a fugir para as colinas, deixando para trás mulheres e crianças.
No dia 16 de março, caças iraquianos começaram a sobrevoar a região no fim da manhã. Durante cinco horas, lançaram uma mistura de gás mostarda com gases neurotóxicos Tabun, Sarin e VX na área.