SANTIAGO - A equipe de campanha do candidato opositor às eleições chilenas, Sebastián Piñera, qualificou de "provável intervenção eleitoral" o apoio direto, reafirmado nesta quinta-feira, da presidente Michelle Bachelet ao candidato governista Eduardo Frei.
"Acho que empurrões de última hora só tendem a prejudicar nossa convivência. Parece-me um ato inapropriado, provavelmente de intervenção eleitoral", disse o coordenador da campanha da direita, Rodrigo Hinzpeter, criticando declarações da presidente, numa entrevista radiofônica.
Bachelet afirmou que votará em Frei por considerá-lo uma pessoa "honesta" que quando foi presidente en 1994 soube separar negócios e política, numa clara mensagem contra Piñera, um multimilionário com interesses em vários setores da economia chilena.
O governo rejeitou as acusações. "A presidente da República, como todas as autoridades, tem direito a manifestar sua opinião com inteira liberdade e transparência ante os chilenos, que a ouvem com tanto afeto", disse à imprensa a porta-voz presidencial, Pilar Armanet.
O candidato da direita Sebastián Piñera se medirá domingo no segundo turno das eleições presidenciais com Eduardo Frei. Os dois encerram nesta quinta-feira as campanhas, em meio a uma incerteza acentuada. Uma pesquisa divulgada na quarta-feira os coloca em situação de empate técnico.
A enquete da consultora Mori, que revelava até então uma cômoda vantagem de Piñera, reduziu a diferença entre os dois para apenas 1,8% (50,9 contra 49,1% para Frei).
No primeiro turno Frei perdeu por quase 15 pontos para Piñera.