PARIS - A comunidade internacional se mobilizou nesta quarta-feira para enviar ajuda ao Haiti, devastado por um violento terremoto de 7 graus.
O presidente Réné Preval pediu pressa na ajuda internacional e afirmou que sua nação está destroçada e que há milhares de mortos.
O Papa Bento XVI apelou nesta quarta-feira à generosidade de todos ante a dramática situação no Haiti depois do terremoto que arrasou o país. "Apelo à generosidade de todos, para que esses irmãos e irmãs que vivem momentos de necessidade e dor não fiquem sem nossa solidariedade concreta e o apoio eficaz da comunidade internacional", afirmou o Papa ao fim de sua audiência semanal no Vaticano.
A Igreja Católica, acrescentou, já acionou suas instituições de caridade para responder às urgências da população haitiana.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu uma intervenção "rápida, coordenada e firme" para ajudar o Haiti. Em discurso pronunciado na Casa Branca ao lado do vice-presidente, Joe Biden, Obama afirmou que equipes de socorristas americanos chegarão nas próximas horas ao país caribenho.
As três primeira equipes de resgate americanas partiram para o Haiti, confirmou um porta-voz do departamento de Estado.
Um primeiro grupo de resgate partiu de San José, capital da Costa Rica, e deve chegar as 18H30 GMT. Será seguido às 15H00 por uma equipe que saiu de Washington, enquanto que um terceiro grupo, com sede em Los Angeles, chegará na madrugada desta quinta, indicou Philip Crowley.
O Reino Unido também se declarou preparado para enviar qualquer assistência necessária ao Haiti, segundo declarou o primeiro-ministro Gordon Brown. "Estamos enviando um equipe do departamento para o Desenvolvimento Internacional para avaliar as necessidades humanitárias", declarou Brown.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, igualmente expressou sua profunda emoção pela tragédia haitiana e sua preocupação e solidariedade pelas vítimas. "Com pavor e uma profunda emoção, o presidente soube do poderoso tremor que atingiu o Haiti e que faz temer inúmeras vítimas e uma importante destruição", afirma a presidência francesa em um comunicado.
O governo espanhol ofereceu 150 toneladas de material de ajuda de emergência para o Haiti, segundo a secretária de Estado para a Cooperação, Soraya Rodriguez.
A Comissão Europeia desbloqueou uma primeira ajuda de três milhões de euros (4,3 milhões de dólares) para socorrer a população atingida pelo terremoto no Haiti. "Trata-se de uma primeira decisão", afirmou um porta-voz da Comissão Europeia, explicando que um especialista da comunidade foi enviado para o país caribenho para elaborar um relatório preciso sobre as necessidades imediatas.
Mais cedo, a União Europeia (UE) anunciou ter ativado seu sistema de gestão de crise para ajudar os haitianos, segundo informou o secretário de Estado francês para Assuntos Europeus, Pierre Lellouche. "Colocamos em andamento em nível europeu todos os mecanismos de crise e ajuda para esse país vitimado", declarou à margem da reunião informal de ministros para Assuntos Europeus, organizada pela presidência espanhola.
O ex-presidente haitiano Jean Bertrand Aristide, exilado na África do Sul desde sua saída do país em 2004, lamentou as vítimas causadas pelo terremoto em seu país. "Minha esposa e eu estamos com o povo de nosso país e lamentamos a morte e a destruição provada pelo terremoto. É uma tragédia inenarrável. Uma tragédia que deve incentivar em todos o máximo da solidariedade da compaixão humana", afirmou.
Por fim, as principais organizações financeiras multilaterais expressaram nesta quarta-feira sua disposição em ajudar o Haiti. "O Fundo Monetário Internacional (FMI) está disposto a fazer tudo que estiver ao seu alcance. Pedi aos meus funcionários que estudem todas as possibilidades", declarou o diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, em comunicado.
"O Banco Mundial (Bird) está disposto a mobilizar uma equipe para avaliar os danos e planejar a reconstrução, e também a enviar ajuda financeira", afirmou por sua vez o presidente da instituição, Robert Zoellick.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou na noite de terça-feira uma ajuda inicial de 200.000 dólares para fornecer alimentos, água e medicamentos às vítimas do terremoto. "Estamos acompanhando a situação, e vamos ajudar o Haiti a enfrentar esta catástrofe", garantiu o presidente do BID, Luis Alberto Moreno.
Tanto o FMI como o Bird e o BID destacaram em seus respectivos comunicados sua disposição em coordenar os esforços de ajuda.