SEUL - A Coreia do Norte defendeu nesta segunda-feira (11/1) o início de conversações sobre um tratado de paz com os Estados Unidos, uma condição exigida há algum tempo pelo regime comunista para renunciar aos programas nucleares.
"A conclusão de um tratado de paz contribuirá para acabar com as relações de hostilidade entre a RPDC (República Popular Democrática da Coreia) e os Estados Unidos", afirma um comunicado do ministério norte-coreano das Relações Exteriores. "Isto contribuirá para promover a rápida desnuclearização da Península Coreana", completa o texto.
A Coreia do Norte anuncia regularmente que a conclusão de um tratado do tipo é a condição 'sine qua non' para que abandone o programa nuclear, por considerar que Washington é seu único interlocutor verdadeiro. Além de conter a garantia de não ser atacado - uma obsessão do regime norte-coreano -, um tratado de paz também teria a vantagem econômica para este país de suspender as sanções internacionais adotadas após os dois testes nucleares de 2006 e 2009.
A Guerra da Coreia terminou com um armistício em 1953, mas sem tratado de paz, o que deixa tecnicamente a Península Coreana em estado de guerra. A assinatura de um tratado de paz entre as duas Coreias requer ainda as assinaturas dos Estados Unidos e da China, países que participaram no conflito (1950-53).
O pedido de diálogo, procedente do ministério norte-coreano das Relações Exteriores e divulgado pela imprensa oficial, aconteceu um mês depois da visita a Pyongyang do enviado americano Stephen Bosworth. No entanto, de acordo com Kim Yong-Hyun, professor na Universidade de Dongguk em Seul, a oferta do regime de um tratado de paz "não é realista". "A proposta quer tomar a iniciativa para futuras negociações e garantir novas concessões quando as discussões com Estados Unidos ou Coreia do Sul forem retomadas", afirmou.
Neste sentido, o regime comunista destacou que está disposto a retomar as discussões, mas somente no caso da retirada das sanções.
Mesmo que recebam favoravelmente um gesto pequeno de aparente abertura do regime stalinista, as autoridades americanas sempre deixam claro que Pyongyang deve demonstrar boa fé retornando às negociações multilaterais (China, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Japão, EUA e Rússia) sobre seu programa nuclear.
A Coreia do Norte abandonou em abril as discussões sobre o fim de seu programa nuclear, depois de lançar um míssil, ato que recebeu uma sanção do Conselho de Segurança da ONU. Mais tarde executou um segundo teste nuclear. Além disso, o governo americano exige mais respeito aos direitos humanos na Coreia do Norte antes de qualquer avanço nas relações bilaterais.