JERUSALÉM - Uma figura central da colonização judaica na Cisjordânia ocupada, Pinhas Wallerstein, anunciou nesta segunda-feira (11/1) que está deixando sua função por divergências com os colegas, acusados por ele de falta de distanciamento suficientemente dos extremistas.
Pinhas Wallerstein, 61 anos, número dois do Conselho da Yesha, principal organismo representativo dos colonos da Cisjordânia, enviou nesta segunda-feira a carta de demissão aos colegas.
Na carta, Wallerstein protesta contra o "silêncio" destes "quando alguns de nossos próprios dirigentes são partidários dos extremistas". Também lamenta a passividade diante da política chamada de "preço a pagar", ou seja, as represálias sistemáticas dos colonos contra os palestinos. "Nosso silêncio se voltará contra nós", escreveu.
A política do "preço a pagar" consiste em atacar alvos palestinos cada vez que as autoridades israelenses adotam medidas que os colonos consideram contrárias a seus interesses.
As agressões se intensificaram depois da decisão do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de decretar uma moratória de 10 meses às novas construções de assentamentos na Cisjordânia.
Pinhas Wallerstein é um dos fundadores do Bloco da Fé, o movimento nacionalista religioso que iniciou a colonização na Cisjordânia em 1974.