PARIS - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reafirmou nesta quinta-feira, em Paris, que a decisão final sobre a compra de aviões de combate por parte do Brasil caberá ao Presidente da República, porque se trata de "decisão estratégica e política".
Após participar de um simpósio sobre o novo capitalismo em Paris, que contou com a presença do presidente francês Nicolas Sarkozy, Amorim voltou a destacar que caberá ao presidente da República tomar as decisões, levando em conta todos os dados, técnicos e outros.
Sem citar nomes de empresas, Amorim explicou que, às vezes, os dados técnicos dão uma impressão que vão num sentido e muitas vezes o barato sai caro.
Antes disso, Amorim almoçou com o conselheiro diplomático da presidência francesa, Jean David Levitte, com quem abordou diversos assuntos de interesse bilateral e dedicou "cinco minutos" ao Rafale, informou à AFP uma assessora de imprensa do chanceler brasileiro.
O construtor francês Dassault Aviation, do Rafale, aspira a obter essa milionária licitação através da qual venderia 36 aparelhos ao Brasil.
"A França manifestou interesse em saber como estão as coisas. O ministro viu nisso um sentimento natural, sem maiores preocupações" da parte francesa, precisou a fonte ao final da reunião.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, que teve acesso a um relatório da Força Aérea Brasileira (FAB), os militares preferem o caça Gripen NG do construtor sueco Saab por ser mais barato e com maiores possibilidades comerciais.
Na quarta-feira, o ministro francês da Defesa, Hervé Morin, relativizou os "rumores" publicados pela imprensa brasileira e defendeu as virtudes do Rafale, ao compará-lo a "uma Ferrari"; o Gripen, segundo ele, "é um Volvo".