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Governo boliviano admite tráfico ilegal de armas na fronteira com o Paraguai

LA PAZ - O governo da Bolívia reconheceu nesta quarta-feira (6) que há tráfico de armas em povoados na fronteira com o Paraguai, e instruiu a cúpula das Forças Armadas a investigar para descobrir se há pessoal militar boliviano envolvido nestes atos ilegais.

"Sabemos que há tráfico ilícito de armas na fronteira paraguaio-boliviana e paraguaio-brasileira", afirmou o ministro de Defesa da Bolívia, Walker San Miguel, sem dar mais detalhes sobre o tipo de armamento que estaria sendo traficado.

Além disso, contou ter orientado o comando das forças armadas bolivianas a abrir imediatamente uma investigação, após denúncias da imprensa local de que militares bolivianos estariam envolvidos nas atividades ilícitas nas fronteiras com o Paraguai e o Brasil.

"Pedimos imediatamente ao Comandante em Chefe que ele vá pessoalmente às unidades de fronteira que são citadas nestas reportagens da imprensa, para que confirme ou desminta e, caso haja algum indício, inicie a elaboração de um relatório", acrescentou.

O jornal boliviano El Día reproduziu em sua edição desta quarta-feira uma matéria do jornal O Globo que fala exatamente da suposta ligação de militares bolivianos com a venda ilegal de armas em povoados limítrofes dos dois países.

A Bolívia, no coração da América do Sul, compartilha uma fronteira de 3.100 km com o Brasil e de 738 km com o Paraguai, por onde, além do tráfico de armas, há uma intensa atividade para traficar a cocaína boliviana para estes países, segundo a imprensa local.