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Espião jordaniano que atacou a CIA no Afeganistão causa mal-estar em Amã

AMÃ / WASHINGTON - O autor do atentado suicida que causou a morte de sete funcionários da CIA e um membro da inteligência jordaniana em 30 de dezembro no Afeganistão seria um agente duplo jordaniano recrutado pelos serviços de inteligência de seu país e que também trabalhava para a Al-Qaeda, informou o canal americano NBC News, uma notícia que provocou grande mal-estar em Amã.

A emissora, que cita fontes dos serviços de inteligência de países ocidentais, destacou que o jordaniano, identificado como Humam Khalil Abu Mulal al-Balawi, havia sido enviado ao Afeganistão com a missão de se encontrar com o número dois da Al-Qaeda, o egípcio Ayman al-Zawahiri.

Segundo a NBC News, o contato de Al-Balawi no Afeganistão foi o oitavo morto no atentado, um jordaniano identificado pela agência de notícias Petra como Ali bin Zeid, oficial dos serviços de inteligência da Jordânia.

"Este oficial era membro da família real hachemita, o que explica que o rei e a rainha tenham assistido ao funeral, e que tenha sido tratado como heroi nacional", explicou à AFP Bruce Riedel, ex-agente da CIA e conselheiro da Casa Branca.

Al-Balawi, segundo as fontes entrevistadas pela NBC, teria ligado para o contato na semana passada para dizer que devia se encontrar com a equipe da CIA baseada em Khost, leste do Afeganistão, porque tinha informações urgentes sobre Zawahiri.

"O terrorista parece ter sido enviado pelo próprio Ayman al-Zawahiri para cometer o atentado", completou Bruce Riedel, que destacou ainda precisar confirmar a informação.