JERUSALÉM - Uma delegação de militares israelenses adiou uma visita a Grã-Bretanha pelo temor de que seus membros sejam objeto de denúncias judiciais por crimes de guerra, anunciou o vice-chanceler de Israel, Danny Ayalon.
"Os militares foram convidados à Grã-Bretanha, mas permanecerão em Israel até que tenhamos 100% de certeza de que não serão objeto de denúncias judiciais neste país", declarou Ayalon.
O vice-ministro afirmou que discutirá nesta terça-feira (5/1) com a procuradora geral britânica, Patricia Janet Scotand, que atualmente faz uma visita privada a Israel, sobre a necessidade de reformar o princípio de competência universal incluído na legislação do Reino Unido.
Este princípio habilita os juízes britânicos a ordenar a prisão de personalidades estrangeiras em visita a Grã-Bretanha denunciadas por crimes de guerra ou crimes contra a humanidade.
"Esta legislação dá margem a todo tipo de equívocos. Inicialmente tinha como objetivo os criminosos nazistas, mas organizações terroristas como o Hamas a utilizam atualmente para tomar como reféns as democracias", declarou Ayalon. "É preciso acabar com esta situação absurda, que afeta as excelentes relações bilaterais israelense-britânicas", completou.
Em dezembro, um tribunal londrino aceitou e depois retirou uma ordem de prisão contra Tzipi Livni, líder do partido de oposição Kadima. Associações pró-palestinas recorreram ao tribunal pelo papel de Livni como ministra das Relações Exteriores durante a ofensiva militar israelense em Gaza no ano passado.