Pelo menos quatro manifestantes morreram neste domingo (27/12) em Teerã em confrontos entre milhares de opositores ao presidente Mahmud Ahmadinejad e as forças de segurança, informa o site da oposição iraniana Rahesabz, uma notícia que foi desmentida pela polícia.
Três vítimas faleceram em consequência de tiros diretos das foças militares perto da ponte do colégio sobre a avenida Enghelab, a grande via que cruza Teerã de leste a oeste e onde as manifestações se concentraram neste domingo, destaca a página virtual.
Um quarto manifestante morreu no cruzamento da avenida Enghelab com a avenida Vali-asr, no eixo norte-sul da capital. O site não precisa as circunstâncias da morte.
A polícia iraniana, no entanto, negou a morte de manifestantes durante os violentos confrontos deste domingo, informa a agência Fars.
"Até o momento, não recebemos nenhumma informação ssobre pessoas mortas pela polícia", afirmou à agência uma fonte policial não identificada.
"Mas alguns policiais foram feridos nos confrontos de hoje (domingo)", acrescentou a fonte.
O centro de Teerã foi cenário neste domingo de violentos enfrentamentos entre milhares de manifestantes hostis ao presidente Ahmadinejad e as forças de segurança.
Os opositores se dirigiram à avenida Enghelab, apesar da grande presença de policiais na área, que no sábado já havia sido cenário de protestos contra o governo.
A polícia usou gás lacrimogêneo e agrediu os manifestantes, que responderam colocando fogo em latas de lixo.
Os confrontos foram particularmente violentos na praça Enghelab, para onde muitas pessoas seguiram após a ação policial.
Ao mesmo tempo, partidários de de Ahmadinejad organizaram uma contra-manifestação em outra área da avenida Enghelab.
A oposição, que não aceita a reeleição de Ahmadinejad, por considerá-la fraudulenta, convocou as manifestações para este domingo no centro de Teerã à margem das procissões previstas pela Ashura, dia de luto xiita que lembra a morte de Hussein - neto de Maomé -, durante a batalha de Kerbala (atual Iraque) contra as tropas do califa Yazid no ano 680.
Testemunhas afirmaram que várias viaturas da polícia foram incendiados pelos manifestantes, que gritavam "morte ao ditador", como a oposição passou a chamar o presidente Ahmadinejad desde a reeleição.
Nenhum balanço oficial de vítimas ou pessoas detidas foi divulgado. No início da tarde, a calma começou a retornar à avenida, ocupada por milhares de policiais.
Também foram registrados confrontos em cidades como Isfahan e Najafabad (centro), Shiraz (sul) e Babol (norte), segundo o site Rahesabz.
O sábado também foi marcado por manifestações, menos violentas e menos numerosas, em Teerã.
A violência deste domingo é mais uma consequência do clima de grande tensão política após a morte, semana passada, do grande aiatolá dissidente Ali Montazeri.