Quantos brasileiros foram atacados e qual a situação das vítimas?
São pelo menos 25 feridos, sendo sete deles em estado grave. Todos estão sendo atendidos em hospitais da região e também na Guiana Francesa. Porém, não sabemos dizer ao certo quantos brasileiros sofreram o ataque e se todos realmente já deixaram o local. Neste momento, uma equipe da embaixada brasileira está em Albina para fazer um levantamento mais preciso. Até porque recebemos o pedido de resgate de 81 brasileiros que já foram transferidos para a capital, Paramaribo. A cidade fica a 150km de distância da capital, porém o acesso é bem difícil. De hoje (sábado) até amanhã devemos ter informações mais precisas sobre a real situação de todos esses brasileiros. Sabemos de uma mulher grávida que teria perdido o bebê, mas que estaria sendo atendida na Guiana Francesa. Foi divulgado que ela estaria entre os mortos, porém, ela não corre perigo. No momento, aguardamos a chegada do avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com os mantimentos.
Qual foi o verdadeiro motivo do ataque?
A confusão teria começado durante uma festa de Natal e a motivação teria sido o assassinato de um jovem surinamês. O principal suspeito é um garimpeiro brasileiro conhecido como "Pitboi", que no momento está foragido. A última informação é que o suspeito teria atravessado para o lado da Guiana Francesa. Todos os brasileiros atacados são garimpeiros ou ligados a eles. No momento do incidente, a polícia e o Exército conseguiram atuar da melhor forma possível e para isso contaram com o apoio dos bombeiros e da polícia do lado francês também. A situação é bastante inusitada para todos nós. Na minha opinião, não existe nenhuma revolta contra os brasileiros. O que aconteceu foi um fato isolado que extrapolou. Montamos um comitê na embaixada para que fossem tomadas as primeiras providências e os brasileiros pudessem receber o melhor atendimento possível. O governo surinamês está nos dando total apoio também.
Quantos brasileiros trabalham em garimpos, no Suriname, e qual a real situação deles?
É difícil estimar a quantidade de brasileiros que vivem no local, pois eles são vistos como uma população flutuante. Na verdade, eles vêm para o país e se dedicam ao garimpo, mas mudam de lugar constantemente. Eles dormem em redes e vivem em espécies de acampamentos. A maioria é nômade. Acredito que boa parte deles esteja em situação regular. Porém, uma outra parte não possui documento algum. Esta é uma questão que vinha sendo tratada de uma maneira cuidadosa, pela embaixada. Nossa intenção é regularizar a situação desses trabalhadores.