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Ministro da Educação que defendeu ditadura argentina renuncia

BUENOS AIRES - O ministro da Educação de Buenos Aires, Abel Posse, renunciou ao cargo apenas 11 dias depois de ter assumido a função, depois de criar uma grande polêmica ao defender a ditadura militar e afirmar que os jovens "estão drogados e estupidificados pelo rock". Posse, escritor e ex-embaixador de 75 anos, confirmou nesta quarta-feira (23/12) o pedido de demissão no governo da capital do prefeito de direita Mauricio Macri. No entanto, afirmou que não se arrepende das declarações que foram muito criticadas. "Me equivoquei nos tempos, mas não cedo absolutamente nas ideias e rejeito a desqualificação que me fizeram porque é improcedente", declarou à Rádio 10. Dias antes de assumir, Posse afirmou em um artigo para o jornal La Nación que "estão ilegitimamente detidos os militares que conseguiram aniquilar a guerrilha em 10 meses", entre outras frases polêmicas. Ele se referia aos julgamentos contra militares por graves violações aos direitos humanos durante a última ditadura (1976-83), que deixou 30 mil desaparecidos, segundo organizações humanitárias. O general da reserva Luciano Benjamín Menéndez, um dos repressores mais emblemáticos da ditadura, citou na semana passada o artigo de Posse em sua defesa antes de ser condenado pela terceira vez a prisão perpétua por crimes contra a humanidade durante o regime militar.