A presidente da Argentina, Cristina Kirchner e seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, foram liberados pela justiça de uma acusação de enriquecimento ilícito na função pública, informou nesta segunda-feira uma fonte judicial.
O juiz federal Norberto Oyarbide resolveu encerrar o caso com base numa decisão pericial da Corte Suprema de Justiça que descartou irregularidades na declaração juramentada apresentada pelo casal e no qual está detalhado um crescimento patrimonial de 158%, em 2008.
Segundo a apresentação, o patrimônio da presidente passou em um ano de 17,8 milhões de pesos (4,6 milhões de dólares) a 46 milhões (12 milhões de dólares), devido a lucros com a venda de imóveis em Santa Cruz (sul), a província natal do ex-presidente e a fortes taxas de juros sobre seus depósitos bancários nessa província patagônica.
Ao chegar ao governo em 2003, os Kirchner haviam declarado um patrimônio de 6,8 milhões de pesos. Antes de Oyarbide, dois magistrados federais haviam investigado o crescimento patrimonial do casal, mas não encontraram irregularidades nas declarações dos anos 2005 e 2007.
A justiça havia solicitado uma perícia depois que o Departamento Anticorrupção apresentou um informe avaliando em 158% o aumento patrimonial da presidente e de seu esposo, atual deputado nacional.
O ex-presidente Kirchner (2003-2007) é investigado em outra causa por suposto desvio de dinheiro público durante a campanha eleitoral de 2005. A Câmara Federal de Buenos Aires ordenou ao juiz federal Sergio Torres prosseguir investigando depois de considerar "prematura" a decisão do magistrado que havia tentado arquivar a causa.