O Papa Bento XVI proclamou neste sábado (19/12) "veneráveis" seu antecessor João Paulo II e o questionado Papa Pio XII, passo-chave no caminho para a beatificação.
O Papa também aprovou a beatificação do padre polonês Jerzy Popieluszko, assassinado há 25 anos pela polícia política comunista.
O processo de beatificação de Popieluszko, última etapa antes da canonização, começou em maio de 2001 e, no ano passado, Bento XVI consentiu qu o processo sofresse uma aceleração.
O anúncio da proclamação de Pio XII - acusado de ter mantido silêncio durante o Holocausto dos judeus no regime nazistas - como "venerável" causou surpresa ao término da celebração dos 40 anos da criação da Congregação para a Causa dos Santos, na qual também foi nomeado "venerável" o Papa João Paulo II, um dos pontífices considerados mais carismáticos da história recente.
Bento XVI assinou os decretos que reconhecem "as virtudes heroicas do venerável Servo de Deus" Pio XII (1939-1958), e de João Paulo II (1978-2005).
Bento XVI defendeu em várias ocasiões a figura de Pio XII e expressou seu desejo de que fosse beatificado, apesar das controvérsias sobre sua atitude passiva durante a Segunda Guerra Mundial frente ao extermínio dos judeus.
A causa da beatificação de Pio XII foi aberta nos anos 60.
Os defensores do italiano Eugenio Pacelli (Pio XII) invocam, em compensação, diversas atitudes do Vaticano frente aos nazistas e atribuem a ele todas as ações realizadas por inúmeros religiosos para se opor às deportações para campos de concentração.
A beatificação de Pio XII poderá abalar as relações entre Israel e o Vaticano.