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Em visita surpresa a Kandahar, Brown pede esforços coordenados contra talibãs

Kandahar - O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, em visita surpresa ao Afeganistão, defendeu neste domingo esforços coordenados das forças da coalizão e das forças de segurança afegãs para derrotar os talibãs nos próximos meses críticos. "Acho muito importante dizer que os esforços combinados das forças aliadas e do governo afegão são a solução para desbancar a insurreição, para impedir a Al-Qaeda de ter espaço para operar no Afeganistão", declarou Brown em entrevista à imprensa com o presidente afegão, Hamid Karzaï. "Acredito que os próximos meses serão críticos", declarou Brown aos jornalistas. "O que precisamos mostrar, com o apoio da opinião pública, é nossa determinação de lutar contra os talibãs e enfraquecê-los", acrescentou da base militar de Kandahar, reduto dos talibãs no sul do país. Brown chegou na madrugada de sábado para domingo no Afeganistão para uma visita que devia se manter em segredo, por ordem de Downing Street, até que os serviços do primeiro-ministro autorizassem os jornalistas ocidentais a falarem sobre ela. O alto responsável britânico indicou que os reforços de tropas prometidos chegariam nos próximos dias e pediu ao governo afegão a desempenhar um grande papel no futuro. Brown confirmou recentemente o envio de 500 soldados extras, elevando o contingente total a 9.500 (mais de 10.000 incluindo as forças especiais). As tropas britânicas já são as maiores em número no Afeganistão, atrás das dos EUA que o presidente Barack Obama vai reforçar com 30.000 soldados. Londres acolherá dia 28 de janeiro uma conferência internacional sobre o Afeganistão, destinada em particular a garantir o envio de reforços por outros membros da coalizão. Os membros da Aliança Atlântica já se comprometeram a enviar ao menos 7.000 soldados. A maioria dos soldados de Sua Majestade é enviada à província de Helmand. 100 soldados britânicos morreram no Afeganistão, desde o início do ano, enquanto o conflito é cada vez mais impopular no Reino Unido. As perdas aumentaram nitidamente desde o fim de junho, quando as forças britânicas e afegãs lançaram uma operação contra os talibãs do Helmand para tentar restabelecer a segurança, antes da eleição presidencial de 20 de agosto. Segundo pesquisa publicada em novembro, quase dois terços dos britânicos dizem que a vitória é impossível e 63% querem uma retirada o mais cedo possível de suas tropas.