O chefe da Frente Polisario pediu ao presidente francês Nicolas Sarkozy que intervenha junto ao Marrocos para salvar a vida da ativista saraui Aminatu Haidar, em greve de fome há 24 dias em Lanzarote, Espanha.
"Não se pode deixar Haidar morrer em fogo branco num território europeu", escreveu Mohamed Abdelaziz em uma carta dirigida a Sarkozy. "A França não pode ficar de braços cruzados ante esta grave negação dos direitos humanos, que se choca de frente com todas as convenções internacionais", afirma ainda.
Haidar, de 42 anos, entrou nesta quarta-feira em seu 24º dia de greve de fome para pedir que lhe seja permitido voltar a El Aaiún, capital do Saara Ocidental e onde residem seus dois filhos, o que o Marrocos nega alegando que a ativista renegou sua nacionalidade marroquina.
Haidar foi expulsa em 14 de novembro do Saara Ocidental pelas autoridades do Marrocos, a quem acusa de ter confiscado seu passaporte marroquino.
Esta semana, a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, defendeu o direito da ativista regressar a seu país e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, insistiu na tomada de qualquer medida que facilite a solução desse problema.
O Marrocos considera o Saara Ocidental, antiga colônia espanhola que anexou em 1975, parte integrante do reino e propõe uma ampla autonomia para esse território.
A Frente Polisario, apoiada pela Argélia, reclama um referendo de autodeterminação, cuja independência seria uma das três opções.