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Obama comemora os dados do emprego, mas alerta para obstáculos

ALLENTOWN - O presidente Barack Obama elogiou nesta sexta-feira as boas notícias sobre a queda do desemprego no país, mas alertou para o fato de que ainda existem obstáculos pelo caminho da recuperação da economia.

A taxa de desemprego caiu de modo totalmente inesperado em novembro, ficando em 10%, nos EUA, segundo dados publicados nesta sexta-feira, o que indica que Estados Unidos avançam a grandes passos par o momento em que sua economia criará mais empregos do que cortará.

"É uma boa notícia, oportuna para animar a esperança. Mas quero colocar isso em perspectiva. Ainda temos um longo caminho a percorrer", afirmou Obama a um grupo de residentes na Pensilvânia.

Anteriormente, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, afirmou que os dados que indicam que os Estados Unidos perderam apenas 11.000 postos de trabalho em novembro mostram que a economia está na direção correta.

"Estamos na direção correta, mas ainda haverá obstáculos no caminho", declarou.

Com a queda da taxa de desemprego, a redução de postos de trabalho praticamente voltou ao equilíbrio, com 11.000 demissões líquidas, dez vezes menos que em outubro.

A perda de empregos em novembro foi a mais baixa desde dezembro de 2007, mês em que o país entrou em recessão.

O departamento de Trabalho, que publica as estatísticas oficiais de emprego, revisou em baixa os dados de cortes de postos de trabalho em outubro, que haviam surpreendido por sua alta, colocando a taxa de desemprego em 10,2% nesse mês.

O departamento anunciou, agora, que a economia perdeu 111.000 empregos em outubro (e não 190.000 postos).

A economia americana parece assim se aproximar cada vez mais rapidamente do momento em que criará novamente mais empregos dos que perde, segundo a recente previsão do Federal Reserve, que antecipou que isto pode acontecer a partir de janeiro.

O economista independente Joel Naroff afirmou que os Estados Unidos ainda não superaram de todo o problema, mas é cada vez mais evidente que o mercado de trabalho começa a melhorar.

"Creio que veremos contratações líquidas no primeiro trimestre a nível nacional", afirmou, por sua vez, Avery Shenfeld, analista do CIBC World Markets.

O retrocesso de 0,2 ponto percentual da taxa de desemprego em novembro é o mais forte registrado desde 2006.

Segundo o relatório desta sexta, o setor de serviços, que domina amplamente a economia americana, voltou a criar empregos em novembro, com 58.000 novos postos.

Apesar de a maior parte (52.000) se referir a contratos temporários, trata-se de uma primeira fase indispensável e prévia à criação de postos estáveis.

No setor industrial foram perdidos 69.000 postos, contra 113.000 no mês anterior.

Em detalhe, novembro criou empregos nos mesmos subsetores do mês precedente: serviços para empresas, educação e saúde, e serviço público.

Na indústria, os setores de informática e eletrônica, que voltaram a receber pedidos de clientes, pareciam a ponto de começar a incorporar mais pessoas a seu plantel.

Numa reunião com líderes empresariais na Casa Branca, Obama declarou que o governo deveria agir rapidamente para combater o desemprego, mas que possui recursos limitados.

"Não podemos adiar indefinidamente uma solução, esperando de braços cruzados", afirmou Obama ao inaugurar o foro sobre a criação de empregos. "Não quero ficar olhando para ver o que acontece", afirmou.

A um ano das eleições legislativas de metade do mandato, Obama necessita mais do que nunca obter resultados em relação à frente do emprego.