MOGADÍSCIO - Pelo menos 23 pessoas, incluindo três ministros do Governo Federal de Transição (TFG) somali, morreram na quinta-feira em um atentado suicida em Mogadíscio, segundo um novo balanço divulgado por fontes médicas.
O atentado, executado durante a cerimônia de formatura de uma turma de Medicina em um hotel da capital da Somália, é o mais grave desde o início de uma rebelião inspirada na rede terrorista Al-Qaeda. O balanço anterior era de 19 mortos. "Durante a noite morreram três pessoas internadas, entre elas um jornalista freelancer, e foi encontrado o corpo de um civil", anunciou um médico do hospital Medina, o principal de Mogadíscio. O atentado também deixou mais de 60 feridos.
Nesta sexta-feira, os insurgentes islamitas Shebab negaram envolvimento no atentado suicida. "Soubemos da tragédia pelos meios de comunicação. Não temos nenhum envolvimento neste incidente, os mujahedines shebab não cometeram tal ato", declarou o xeque Ali Mohamud Rage, porta-voz oficial dos shebab. Ele atribuiu a responsabilidade do atentado ao "governo apóstata" do presidente somali, o xeque Sharif Ahmed.
O ataque matou o ministro da Educação Superior, Ibrahim Hasan Addow, o da Educação, Mohammed Abdulhai Waayel, e a ministra da Saúde, Qamar Aden Ali. O ministro dos Esportes, Suleyman Olad Roble, ficou ferido. O atentado aconteceu no hotel Shamo, no reduzido setor da capital somali controlado pelo governo, quando um estudante detonou os explosivos.
O governo de transição de Ahmed (no poder desde janeiro) controla apenas alguns bairros de Mogadíscio, com o apoio de 5.300 homens da força de paz da União Africana (AMISOM), e enfrenta as milícias shebab e do grupo Hezb al-Islam.
A Somália não tem um governo efetivo desde a queda do presidente Mohamed Siad Barre no início dos anos 90.