CABUL - O comandante das forças internacionais no Afeganistão, o general americano Stanley McChrystal, prometeu nesta quinta-feira (3/12) aos deputados afegãos que a nova estratégia americana baseada, entre outros elementos, no envio de 30 mil soldados suplementares ao país, dará seus primeiros frutos dentro de seis meses.
Parte destes militares vai treinar as forças de segurança afegãs, e os demais serão mobilizados no sul e no leste do país, onde a rebelião talibã é a mais violenta, explicou. "Eles permitirão melhorar a segurança em províncias instáveis do sul, como Helmand e Kandahar, assim como no leste", disse McChrystal a dezenas de deputados das comissões da Defesa, da Segurança e das Relações Internacionais. "Já no início do próximo mês, vamos começar a reforçar a segurança nas áreas onde ainda não conseguimos chegar por falta de tropas", acrescentou.
"Acho que dentro de seis meses já será possível constatar importantes progressos em matéria de segurança. Dentro de um ano, poderei determinar se nossa estratégia é realmente eficaz", prometeu o general americano.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou terça-feira o envio de mais 30 mil soldados ao Afeganistão, um país que segundo ele "não está perdido" apesar da intensificação da insurgência talibã.
Obama ressaltou que as forças americanas começarão a se retirar em 18 meses, ou seja, em julho de 2011. O secretário da Defesa, Robert Gates, frisou que os 30 mil soldados chegarão ao Afeganistão antes de julho de 2010.
A Casa Branca lançou nas últimas semanas várias advertências ao presidente afegão Hamid Karzai, para que lute contra a corrupção que assola seu governo e forneça serviços básicos à população. "A época do cheque em branco acabou", avisou Obama na terça-feira.
Em seu discurso de posse para um novo mandato de cinco anos, no dia 19 de novembro, Karzai prometeu acabar com a "cultura da impunidade" e lutar contra a corrupção.
A formação de um novo governo constitui o primeiro verdadeiro teste da determinação do presidente afegão. "As consultas continuam com chefes tribais, personalidades, políticos e especialistas, e a composição do novo governo deve ser anunciada em breve", declarou Hamid Eli, porta-voz da presidência.
No entanto, o Parlamento, que deve aprovar a nomeação de cada ministro, entrará em recesso domingo e só voltará a trabalhar no dia 21 de janeiro de 2010.