O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo nesta quinta-feira (3/12) à comunidade internacional para que mantenha as negociações com o Irã, após declaração da chanceler alemã Angela Merkel sobre a falta de progressos nas discussões do programa nuclear iraniano. Merkel falou em "perder a paciência" com o Irã, uma vez que a questão se arrasta desde que ela se tornou primeira-ministra, há quatro anos.
"O melhor e mais barato é acreditarmos nas negociações e termos muita paciência. Eu penso que tratar o Irã como se fosse um país insignificante, aumentado a cada dia a pressão, poderá não resultar em uma coisa boa. Precisamos aumentar o grau de paciência para aumentar o grau de conversação com o Irã", pediu Lula em entrevista coletiva concedida ao lado da chanceler alemã.
Para ele, Estados Unidos e Rússia também deveriam desmontar seus arsenais nucleares. "Autoridade moral para pedir que os outros não tenham é a gente também não ter. É importante que os que têm, comecem a desmontar seus arsenais, para que a gente tenha mais argumentos", afirmou.
O presidente lembrou que a Constituição do Brasil proíbe o uso de armas nucleares, mas o país desenvolve um programa de enriquecimento de urânio voltado para produção de energia elétrica. "O mesmo que o Brasil aceita para si, nós aceitamos para o Irã", disse.