TEERÃ - O Irã admitiu nesta terça-feira (1/12) a detenção de cinco velejadores britânicos nas águas do Golfo, e ameaçou atuar com firmeza se a má intenção dos envolvidos for comprovada, num momento em que Londres tenta minimizar o incidente.
Os cinco britânicos, que saíram de Bahrein rumo a Dubai para disputar uma corrida de veleiros, foram detidos pelos Guardiães da Revolução, disse um representante do exército ideológico do regime iraniano, confirmando a informação divulgada segunda pelas autoridades do Reino Unido.
Esfandiar Rahim Mashaie, chefe de gabinete do presidente Mahmud Ahmadinejad, destacou que a sorte dos cinco britânicos "será decidida pelo poder judiciário". "Se a má intenção destas pessoas for comprovada, uma ação firme será tomada contra eles", avisou.
Londres tentou minimizar o incidente, referindo-se a um caso "meramente consular". "Não há confronto nem divergência" entre Londres e Teerã sobre este caso, garantiu o ministro britânico das Relações Exteriores, David Miliband. "Trata-se de um caso meramente consular, e esperamos que seja avaliado desta forma", afirmou.
"Estes jovens não tinham qualquer má intenção", acrescentou Miliband, referindo-se à declaração de Mashaie. Aparentemente, os velejadores entraram por acidente nas águas iranianas, explicou o ministro. A chancelaria britânica só anunciou a detenção dos britânicos na noite de segunda-feira, cinco dias depois dos fatos.
Miliband ressaltou que os cinco são "civis", e disse esperar que o caso seja resolvido "rapidamente". Ele ainda ressaltou que as discussões com o Irã sobre o assunto foram "muito boas".
De acordo com uma fonte do ministério do Interior do Bahrein, o barco detido pelos iranianos "saiu da área de Juzor Amwaj, a leste da ilha de Muharraq, com destino aos Emirados Árabes, mas acabou chegando à ilha de Abu Mussa, onde foi interceptado pelas forças iranianas. Controlada pelo Irã, a ilha Abu Mussa é reivindicada pelos Emirados Árabes Unidos.