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Fim de anistia a presidente pode levar caos ao Paquistão

O caos político ameaça o Paquistão após o vencimento, neste sábado, de uma anistia por crimes de corrupção que protege o presidente Asif Ali Zardari, seus principais aliados e vários ministros. A Ordem de Reconciliação Nacional (NRO na sigla em inglês) foi promulgada em outubro de 2007 pelo então presidente do país, general Pervez Musharraf. O decreto de Musharraf suspendeu as acusações de corrupção contra a ex-premier Benazir Bhutto, que foi assassinada dois meses depois, o marido dela, Zardari, e outros políticos, em um aparente gesto de reconciliação para prolongar seu governo militar. Mais tarde, o Partido do Povo do Paquistão de Zardari venceu as eleições de fevereiro de 2008, devolvendo o poder aos civis em um país governado pelos militares durante a maior parte de sua existência. Zardari, que passou vários anos presos por corrupção e é conhecido como "senhor 10%", tem que lidar agora com o problema de prorrogar a anistia, além das principais questões de seu governo: a luta contra a violência talibã e a recessão econômica. Após protestos nacionais, em março, o governo de Zaradari se viu obrigado a restituir os juízes independentes que haviam sido destituídos por Musharraf. O governo de Zardari é considerado muito frágil para convencer o Parlamento a votar uma prrorrogação da anistia. Alguns analistas acreditam que Zardari só conseguirá prosseguir no poder se revogar a emenda 17 da Constituição aprovada no governo Musharraf, que dá ao presidente o poder de dissolver o Parlamento e demitir o primeiro-ministro.