O presidente venezuelano Hugo Chávez declarou na noite de sexta-feira considerar que Carlos Ilich Ramírez Sanchez, conhecido como "O Chacal", foi um "soldado revolucionário" que lutou pela causa palestina, além de esperar que ninguém se ofenda com a afirmação.
"Há alguns dias me referi a ele. Carlos foi um soldado da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) e representou a todos nós pela libertação do povo palestino", declarou o presidente venezuelano ao receber o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, em Caracas.
Na semana passada, Chávez afirmou que "O Chacal" foi "condenado injustamente" a prisão perpétua e disse que ele foi "sequestrado" pela polícia francesa.
A França convocou o embaixador da Venezuela em Paris após as declarações de Cháves. Fontes diplomáticas lembraram que o "Chacal" foi condenado "por crimes muito graves, por terrorismo e assassinatos". O Centro Simon Wiesenthal também criticou as declarações da semana passada do presidente venezuelano.
Ramírez, capturado em 1994, em Cartum, foi condendo três anos depois à prisão perpétua pela justiça francesa pelo assassinato, em 1975, de dois policiais e um informante na capital francesa. Em janeiro do mesmo ano, disparou no aeroporto parisiense de Orly contra um avião da companhia israelense El Al, sem atingir a aeronave.
Lenda do terrorismo internacional dos anos 70 e 80, Ilich Ramírez, nascido em Caracas, em 1949, era membro da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), e esteve vinculado ao espectacular sequestro, em 1975, em Viena, de 11 ministros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).