O governo brasileiro não vai reconhecer o novo governo que for escolhido nas eleições gerais em Honduras, marcadas para o próximo domingo (29/11), sem a volta do presidente desposto, Manuel Zelaya, ao poder. Desde o início da crise no país centro-americano, o Brasil tem defendido o retorno de Zelaya à presidência. Ele está abrigado há dois meses na embaixada brasileira em Tegucigalpa, capital hondurenha.
[SAIBAMAIS]O porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, reforçou que a posição brasileira rechaça inclusive a realização do pleito. ;O Brasil não reconhecerá o governo que eventualmente sair das eleições, se é que serão realizadas. Não há nenhuma razão para que essa posição mude;, disse Baumbach. ;O Brasil não reconhecerá o pleito sem o retorno do presidente Zelaya;, acrescentou.
Para diplomatas brasileiros, há dúvidas sobre a isenção no processo eleitoral e será impossível aceitar o resultado do pleito, já que Zelaya foi tirado do poder por um golpe liderado pelo Congresso, pela Suprema Corte e pelas Forças Armadas, em junho deste ano.
A questão de Honduras deve permear as discussões da 19; Cúpula Ibero-Americana, que será realizada na próxima semana na cidade de Estoril, em Portugal, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar de ser um provável tema na mesa de discussões, Lula não buscará incluir a posição brasileira na declaração final do encontro, nem mesmo o apoio dos países participantes.
;A maioria dos países da América Latina já tem a posição do Brasil. Não é necessário convencer os países da região;, afirmou Baumbach. Somente os Estados Unidos e o Panamá são favoráveis às eleições em Honduras.