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Samper rejeita mediação do Brasil no conflito com Venezuela

O ex-presidente da Colômbia, Daniel Samper, defendeu nesta terça-feira uma "mediação política e não diplomática" entre seu país e a Venezuela, cujas relações estão congeladas desde julho passado, e rejeitou a intervenção do Brasil no caso. [SAIBAMAIS]Samper, que participa da comissão de relações exteriores do governo do presidente Alvaro Uribe, assinalou que não acredita que o Brasil "possa exercer verdadeiramente uma função de liderança neutra" na questão. Segundo o ex-presidente, a mediação política consistiria em se "encontrar pessoas, tanto na Colômbia como na Venezuela, que possam abrir caminhos entre os dois países a partir de questões concretas, como a zona de fronteira". "Penso que uma saída muito mais prática seria uma mediação política e não diplomática", destacou o ex-presidente (1994-98) em entrevista à Rádio Caracol. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu há alguns dias sentar-se com seus homólogos Uribe e Hugo Chávez, à margem da Cúpula dos Países Amazônicos, a partir desta quinta-feira, Manaus, para acertar as divergências entre Venezuela e Colômbia. A Venezuela congelou suas relações com a Colômbia após o acordo militar entre Bogotá e Washington, que permite a presença de tropas americanas em sete bases militares no território colombiano. Desde então, a tensão na fronteira entre os dois países é crescente.