MONTEVIDÉU - O favorito para vencer o segundo turno das eleições presidenciais no próximo domingo no Uruguai, o ex-guerrilheiro José Mujica, prometeu manter a política econômica do atual governo, embora essa postura gere dúvidas, assim como em termos de política externa, segundo analistas.
Mujica anunciou que deixará o controle econômico do país para seu companheiro de chapa e ex-ministro da Economia, Danilo Astori. Isto é parte da estratégia da campanha de Mujica desde a eleição interna do partido, em 28 de junho passado, quando derrotou Astori, disse o analista Jaime Yaffe. "Isso lhe deu bons resultados, porque este aspecto podia ser visto como um ponto fraco de sua candidatura", acrescentou Yaffe, professor da Faculdade de Ciência Política da Universidade da República. "Tendo em conta a grande aprovação do governo de (Tabaré) Vázquez, este é um anúncio importante", indicou.
O analista Juan Carlos Doyenart, diretor da empresa de pesquisas Interconsult, disse que não acredita que "muitas coisas vão mudar com o governo de Mujica em termos econômicos". "Se escutarmos atentamente o que ele diz, Astori vai ficar encarregado de monitorar a macroeconomia", comentou Doyenart.