PARIS - O Centro Simon Wiesenthal criticou nesta terça-feira (24/11) as declarações do presidente venezuelano Hugo Chávez sobre o terrorista Carlos Ilich Ramírez Sánchez, o Chacal, e pediu que o governo francês proteste energicamente contra as mesmas, segundo comunicado.
O Centro Wiesenthal acrescenta que enviou uma carta ao ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, na qual expressa sua preocupação quanto às declarações de Chávez, que considera "um novo passo na glorificação do terrorismo". Um porta-voz da chancelaria francesa indicou que até o momento não recebeu qualquer carta do Centro Wiesenthal.
Na sexta-feira passada, Chávez afirmou, em um ato político, que Carlos, o Chacal, foi condenado injustamente pela justiça francesa e o caracterizou como um "lutador revolucionário". Indagado a respeito, o ministério francês das Relações Exteriores disse que não comentaria a decisão da justiça francesa.
Ramírez, capturado em 1994, em Cartum, foi condenado a três anos de prisão perpétua pela justiça francesa pelo assassinato, em 1975, de dois policiais e um informante na capital francesa. Em janeiro do mesmo ano, disparou no aeroporto parisiense de Orly contra um avião da companhia israelense El Al, sem atingi-lo.
Lenda do terrorismo internacional dos anos 70 e 80, Ilich Ramírez, nascido em Caracas, em 1949, era membro da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), esteve vinculado ao espetacular sequestro, em 1975, em Viena, de 11 ministros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).