GENEBRA - A Noruega detectou uma mutação do vírus H1N1, que provoca a chamada gripe suína, informou nesta sexta-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS). "O Instituto norueguês de saúde pública informou à OMS que detectou uma mutação em três casos do vírus H1N1", explica a Organização em seu comunicado. "O vírus mutante está ligado aos dois primeiros casos de óbito por H1N1 no país e a outro paciente afetado gravemente pela gripe", destaca a OMS.
Segundo a Organização, os cientistas noruegueses analisaram os casos de mais de 70 pacientes afetados pelo vírus H1N1 e "não detectaram qualquer outro sinal de mutação" além dos três citados.
A Noruega, país com 4,8 milhões de habitantes, registrou seu primeiro óbito provocado pelo vírus H1N1 no dia 3 de setembro passado. No dia 23 de outubro, quando a epidemia já havia cobrado 10 vidas, as autoridades de Saúde optaram por uma grande campanha de vacinação.
A Organização Mundial de Saúde precisa que, apesar desta mutação, o vírus "segue sendo sensível aos medicamentos antivirais, como o oseltamivir e o zanamivir", e que estudos mostram que as vacinas disponíveis contra a gripe (suína) "conferem proteção" à população.
Além dos três casos na Noruega, desde abril foram detectados casos de mutação do H1N1 no Brasil, China, Japão, México, Ucrânia e Estados Unidos, segundo a OMS.
A Organização estima que "o significado desta mutação" é ainda difícil de avaliar devido à falta de informação, e destaca que, no geral, as mutações do víris da gripe "não modificam importantes características ou a doença que ele provoca".
Segundo a OMS, até o momento nada mostra que esta mutação provoca o aumento do número de enfermos ou casos mais graves da gripe.
Em um boletim publicado hoje, a OMS informa que vírus H1N1 já deixou 6.750 mortos em todo o mundo, com o registro de mais 500 casos em uma semana ( 8%).
Até o dia 15 de novembro, o vírus da gripe suína tinha deixado 6.750 mortos em 206 países e territórios.
O continente americano continua sendo o mais atingido, com pelo menos 4.806 mortes, seguido pela região Ásia-Pacífico, com ao menos 1.323, e pela Europa, com 350. A gripe perdeu força nas zonas tropicais da América Latina e da Ásia, com exceção de Peru, Colômbia e Sri Lanka.