HERAT - Vinte e três pessoas morreram nesta sexta-feira (20/11) em três atentados no Afeganistão, no dia seguinte à posse do presidente Hamid Karzai para um segundo mandato de cinco anos e num momento em que a violência se intensifica em todo o país.
O ataque mais sangrento ocorreu no centro da cidade de Farah, capital da província do mesmo nome no sudoeste do Afeghanistão, na área onde são carregados os caminhões que transportam diariamente mercadorias à metrópole de Herat, no noroeste do país.
"Um camicase de moto cometeu atentado suicida perto da minha casa", declarou o governador da província, Rohul Amin Amin, que não foi atingido. "Quinze pessoas, 14 civis e um policial, morreram", acrescentou. O balanço anterior mencionava 12 mortos, sendo 11 civis e um policial. Trinta e quatro pessoas foram feridas na explosão, algumas das quais estão em estado crítico, destacou o governador.
A noroeste de Cabul, cinco guarda-costas do ex-senhor de guerra Abdul Rab Rasul Sayyaf morreram nesta sexta-feira quando uma bomba explodiu na passagem de seu comboio, informou a polícia.
"Uma bomba escondida à beira de estrada explodiu na passagem do comboio de Sayyaf. Cinco guarda-costas morreram e outro ficou ferido", declarou Abdul Razaq Quraishi, chefe da polícia do distrito. "A explosão não atingiu o veículo onde estava Sayyaf", destacou. O atentado foi perpetrado no distrito de Paghman, feudo de Sayyaf.
Abdul Rab Rasul Sayyaf, 63 anos, é um dos mais conhecidos senhores de guerra do Afeganistão. Este pashtun aliado da Arábia Saudita se destacou durante a guerra contra a ocupação soviética (1979-1989) antes de se juntar à Aliança do Norte do comandante Massoud durante a guerra civil (1992-1994).
Ex-professor de direito islâmico na Universidade de Cabul, ele foi eleito no Parlamento e dirige o partido conservador Ittihad-i-Islami. Sayyad apoiou o presidente afegão, Hamid Karzai, na última campanha eleitoral.
Quinta-feira, em seu discurso de posse, Karzai, reeleito para um segundo mandato de cinco anos, prometeu trazer paz e segurança ao Afeganistão e expressou a esperança de que as forças afegãs possam garantir a segurança do país dentro de um prazo de cinco anos.
Além disso, três civis morreram quando uma bomba explodiu na passagem de seu veículo na província de Khost, perto da fronteira paquistanesa, no leste do país. Outras quatro pessoas ficcaram feridas. Todas as vítimas eram da mesma família, especificou o oficial de polícia Gul Dad.
O Afeganistão é tomado por uma onda de violência que vai se intensificando cada vez mais, apesar da presença no país de mais de 100 mil soldados estrangeiros, entre eles 68.000 americanos.
O ano de 2009 é o mais mortífero desde a queda do regime talibã, em 2001, tanto para os civis quanto para as forças de segurança afegãs e internacionais.