BRUXELAS - Uma União Europeia (UE) muito dividida se prepara para uma reunião complicada na noite desta quinta-feira (19/11) para designar seu primeiro presidente e seu futuro chanceler. O início da reunião está marcado para as 18h (15h de Brasília), mas vários dirigentes já estão trabalhando nos bastidores.
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, se encontraram às 16h30 (13h30 de Brasília), oficialmente para conversar sobre a conferência de Copenhague sobre o clima.
Já os socialistas europeus, entre eles o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e o chefe do governo espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero, há haviam se reunido às 15h30 (12h30 de Brasília).
Os líderes dos 27 países do bloco se apresentam muito divididos em Bruxelas, após vários dias de negociações infrutíferas para tentar chegar a um consenso sobre os nomes. A UE pode reviver o psicodrama de 2004, quando a designação do presidente da Comissão Europeia deu lugar a uma batalha épica.
Apoiado por Paris e Berlim, mas bloqueado pela Grã-Bretanha, o belga Guy Verhofstadt acabou sendo preterido por um candidato de última hora: o português José Manuel Durão Barroso. Preocupado, o ministro das Relações Exteriores da Suécia, Carl Bildt, cujo país preside atualmente a UE, alertou para o risco de "deixar passar uma oportunidade". A tendência é que o primeiro presidente estável do Conselho Europeu seja uma personalidade de direita. Já o cargo de chanceler da UE é reivindicado pela esquerda.
O primeiro-ministro belga, Herman van Rompuy, segue sendo o favorito para a presidência do bloco, também disputada pelo luxemburguês Jean-Claude Juncker, pelo holandês Jan Peter Balkenende e pleo britânico Tony Blair.
Segundo Martin Schultz, presidente da bancada socialista no Parlamento Europeu, Paris e Berlim concordaram em apoiar um candidato da Bélgica, da Holanda ou do Luxemburgo.
Porém, outros nomes podem aparecer, como o da ex-presidente da Letônia Vaira Vike-Freiberga, 71 anos, que que conduz uma campanha "ao estilo americano". "Tudo é possível", garantiu Vike-Freiberga. A briga deve ser ainda mais acirrada para o cargo de Alto Representante da Política Externa da UE, que também será o vice-presidente da Comissão Europeia.
Considerado favorito, o chanceler britânico, David Miliband, retirou-se da disputa. O italiano Massimo D'Alema tem o apoio dos socialistas europeus, mas sua candidatura é rejeitada por alguns países do antigo bloco soviético.
De acordo com o jornal espanhol El Pais, o chefe do governo espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero, pretende instalar no cargo seu ministro das Relações Exteriores, Miguel Angel Moratinos, uma opção vista com bons olhos pela França.