ISLAMABAD - A comissão da ONU dirigida pelo chileno Heraldo Muñoz que investiga o assassinato da ex-premier Benazir Bhutto no fim de 2007 no Paquistão ouviu nesta quarta-feira (18/11) o presidente do país na época, Pervez Musharraf.
A comissão foi nomeada pelas Nações Unidas, a pedido do governo que sucedeu o de Musharraf, para investigar os fatos e as circunstâncias da tragédia, e não os autores e os idealizadores.
"A comissão de investigação teve uma conversa franca, aberta e cordial com o ex-presidente Musharraf e pôde fazer muitas perguntas nas áreas que correspondiam a seu mandato", afirma um comunicado da ONU. O texto não informa em que país aconteceu o encontro e o conteúdo das perguntas feitas ao ex-presidente, que não mora no Paquistão.
Em 27 de dezembro de 2007, Benazir Bhutto, que havia sido primeira-ministra em dois mandatos nos anos 1990, saía de um comício em Rawalpindi quando foi morta em um atentado executado por um homem-bomba.
O assassinato foi atribuído pelo governo de Musharraf aos talibãs aliados da Al-Qaeda, mas pessoas ligadas a Bhutto, sobretudo o marido Asif Ali Zardari, que se tornou presidente do Paquistão após a vitória nas legislativas de 2008, acusaram autoridades dos serviços secretos e membros da equipe de Musharraf de terem estimulado o assassinato.