O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não fez nada além de mostrar respeito ao imperador do Japão ao se curvar em reverência diante dele, declarou nesta terça-feira o departamento de Estado, tentando cortar a polêmica pela raiz.
[SAIBAMAIS]"De um modo geral, o protocolo consiste em respeitar os costumes e tradições do país anfitrião. O presidente só mostrou seu respeito a Akihito", afirmou o departamento de Estado em comunicado.
De acordo com o código de cortesia japonês, existem quatro níveis de prosternação, que variam segundo as circunstâncias: a simples inclinação de cabeça e as prosternações a 15, 30 e 45 graus.
O comunicado ainda lembra que o serviço de protocolo do departamento de Estado tem como missão aconselhar o presidente em suas viagens ao exterior.
As imagens de Obama se curvando diante do imperador sábado em Tóquio levaram vários conservadores americanos a dizer que o líder dos Estados Unidos deveria se comportar diante de outros dirigentes de igual para igual ao representar o país no exterior.
Talk shows políticos já exibiram a imagem da mesura dezenas de vezes, enquanto a internet ferve com discussões acerca do gesto presidencial.
"Não sei porque o presidente Obama achou que isto era apropriado. Talvez ele tenha pensado que ficaria bem no Japão. Mas não é apropriado para um presidente americano se curvar diante de um estrangeiro", condenou o comentarista conservador william Kristol, da rede Fox News.
Após assistir às imagens do encontro entre Obama e Akihito, Bill Bennett, outra voz conservadora de peso, disse à rede CNN: "É feio. Eu não quero ver isto (...). Nós não reverenciamos imperadores. Não reverenciamos reis ou imperadores".
Outros críticos conservadores compararam a imagem de Obama se curvando a uma foto do ex-vice-presidente Dick Cheney, que em 2007 cumprimentou o imperador do Japão com um firme aperto de mão - sem nenhuma mesura.
"Aposto que, se você olhar imagens de líderes mundiais nos últimos 20 anos se encontrando com o imperador no Japão, verá que eles não se curvam", destacou Kristol.
Do lado dos defensores do presidente, a ativista democrata Donna Brazile elogiou sua mesura diante do imperador.
"Acho que foi um gesto de gentileza", declarou a comentarista, em entrevista à CNN, estimando que a intenção de Obama era mostrar "boa vontade entre duas nações que se respeitam".