WASHINGTON - Fotos do presidente americano, Barack Obama, curvando-se em reverência para o imperador do Japão, Akihito, inflamaram os ânimos em Washington, em meio a críticas de que o líder dos Estados Unidos deveria se comportar diante de outros dirigentes de igual para igual ao representar o país no exterior.
Obama está na China nesta segunda-feira (16/11), após ter encerrado a etapa japonesa de sua viagem pela Ásia há dois dias. Na capital americana, porém, sua passagem pelo país do Sol Nascente ainda é tema de acalorados debates: críticos afirmam que o presidente desgraçou os Estados Unidos ao fazer uma mesura completa ao se encontrar com o soberano japonês.
Talk shows políticos já exibiram a imagem da mesura dezenas de vezes, enquanto a internet ferve com discussões acerca do gesto presidencial.
"Não sei porque o presidente Obama achou que isto era apropriado. Talvez ele tenha pensado que ficaria bem no Japão. Mas não é apropriado para um presidente americano se curvar diante de um estrangeiro", condenou o comentarista conservador william Kristol, da rede Fox News. Bill Bennett, outra voz conservadora de peso, disse à rede CNN: "É feio. Eu não quero ver isto. Nós não reverenciamos imperadores. Não reverenciamos reis ou imperadores".
Outros críticos conservadores compararam a imagem de Obama se curvando a uma foto do ex-vice-presidente Dick Cheney, que em 2007 cumprimentou o imperador do Japão com um firme aperto de mão - sem nenhuma mesura.
"Aposto que, se você olhar imagens de líderes mundiais nos últimos 20 anos se encontrando com o imperador no Japão, verá que eles não se curvam", destacou Kristol.
Há quem cite a mesura de Obama diante do rei Abdullah, da Arábia Saudita, durante a reunião do G20 em abril, para afirmar que o episódio do Japão possui um tom particularmente desagradável para os americanos.
Do lado dos defensores do presidente, a ativista democrata Donna Brazile elogiou sua mesura diante do imperador. "Acho que foi um gesto de gentileza", declarou a comentarista, em entrevista à CNN, estimando que a intenção de Obama era mostrar "boa vontade entre duas nações que se respeitam".