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Papa denuncia egoísmo e especulação na crise dos alimentos

ROMA - O Papa Bento XVI denunciou nesta segunda-feira (16/11), em Roma, o egoísmo e a especulação em relação aos alimentos, considerados uma mera mercadoria, em seus discurso ante mais de 60 chefes de Estado e de governo que assistem a cúpula contra a fome convocada pela FAO. "Persistem modelos alimentares dominados pelo egoísmo, o que consentiu a especulação no mercado dos cereais, onde o alimento é considerado uma mera mercadoria", afirmou o Papa. "A convocação desta cúpula demonstra que os mecanismos atuais para conseguir a segurança alimentar são frágeis e é necessários revisá-los", alertou o Sumo Pontífice. O chefe da Igreja católica criticou o fato de que a fome é considerada um fenômeno estrutural, parte integrante da realidade sócio-política dos países frágeis, visto com resignação e até com indiferença", afirmou. "A fome é o sinal mais cruel e mais concreto da pobreza", declarou ainda, também criticando os subsídios concedidos pelos países ricos a seus produtores e pedindo que o acesso ao mercado internacional dos produtos provenientes dos países pobres seja facilitado como medida para combater a fome e a pobreza no mundo.