A Autoridade Palestina disse neste domingo (15/11) que pretende obter o apoio do Conselho de Segurança das Nações Unidas à proclamação unilateral do Estado palestino, diante do bloqueio do processo de paz com Israel.
[SAIBAMAIS]"Decidimos nos dirigir ao Conselho de Segurança para tentar obter seu apoio à criação de um Estado palestino independente, com Jerusalém Oriental como sua capital e respeitando as fronteiras estabelecidas em junho de 1967", anteriores à ocupação israelense em Gaza e na Cisjordânia, disse o principal negociador palestino, Saeb Erakat.
"Vamos tentar obter o apoio da União Europeia, assim como o da Rússia e de outros países", destacou Erakat.
O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, que estabeleceu como objetivo criar as instituições de um Estado independente até 2011, sem esperar o resultado das negociações com Israel, destacou que a tarefa de seu governo é "preparar-se para um Estado", e não proclamá-lo.
"A proclamação do Estado corresponde à OLP (Organização para a Libertação da Palestina). É ela o orgão competente no sistema político palestino (...) e fará isto quando chegar o momento oportuno", disse Fayyad em entrevista coletiva na cidade de Ramallah, durante uma visita de membros do Congresso dos Estados Unidos.
A possibilidade foi recebida imediatamente com hostilidade por vários ministros de Israel.
"As iniciativas unilaterais palestinas não levarão aos objetivos que buscamos atingir" por meio de negociações, advertiu o vice-primeiro ministro Sylvan Shalom, durante a sessão semanal do gabinete israelense, em Jerusalém.
"Queremos negociações diretas" com os palestinos, destacou Shalom, referindo-se à demanda israelense de iniciar conversações o mais cedo possível, e sem pré-condições.
Segundo o ministro israelense da Infra-estrutura, Uzi Landau, diante de uma iniciativa unilateral dos palestinos Israel deverá responder anexando as zonas da Cisjordânia que controla militar e administrativamente, entre elas as regiões onde estão os grandes blocos de colônias judaicas.
As negociações de paz entre israelenses e palestinos estão suspensas desde o final de 2008. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, exige que Israel congele a colonização na Cisjordânia antes da retomada das conversações.