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Apec condena protecionismo e pede novo modelo de crescimento

Cingapura - Os líderes da Apec (Fórum de Cooperação econômica Ásia-Pacífico) condenaram neste domingo toda forma de protecionismo e pediram um modelo atualizado de integração econômica para garantir um crescimento duradouro após a pior recessão mundial desde 1930, ao final de sua Cúpula anual realizada em Cingapura. A Apec se comprometeu a trabalhar para conseguir um resultado ambicioso na conferência internacional sobre a mudança climática de Copenhague de dezembro, embora já estude uma proposta para conseguir um acordo definitivo mais adiante. Entre os latino-americanos, a Cúpula esteve marcada pelo caso de espionagem entre Peru e Chile, que levou o presidente peruano, Alan García, a deixar o encontro antes de seu encerramento, na manhã deste domingo. "Tentaremos concluir a Rodada de Doha (da OMC) em 2010 e condenamos com firmeza toda forma de protecionismo", indicaram os líderes das 21 economias da Apec, que inclui Estados Unidos, China, Peru, Chile e México, retomando uma das grandes preocupações da Cúpula de Cingapura. O presidente mexicano, Felipe Calderón, e sua colega chilena, Michelle Bachelet, foram dois dos líderes que se pronunciaram com mais insistência sobre estes temas no Fórum, que representa 40,5% a população mundial e 43,7% do comércio internacional. "O grande obstáculo para a recuperação econômica mundial em 2009 é, precisamente, a ameaça do protecionismo comercial que surgiu em todo o mundo, disse sábado Calderón, ao criticar o funcionamento do Nafta (Tratado de Livre Comércio da América do Norte). Para muitos, o modo de conter o ressurgimento do protecionismo seria a conclusão da Rodada de Doha de liberalização do comércio mundial, cujas negociações estão bloqueadas por diferenças entre os países industrializados e nações em desenvolvimento. Com a economia mundial lutando para sair da recessão, os líderes indicaram que é preciso um novo modelo de crescimento. "Precisamos de um novo modelo de integração econômica", indicaram, depois que o presidente americano, Barack Obama, pediu para a Ásia reequilibrar a economia mundial. Obama disse que o mundo não pode manter as políticas que lideraram um crescimento desequilibrado. A Apec decidiu, por enquanto, manter suas políticas de estímulo até que se observe uma recuperação duradoura. Com relação à mudança climática, o resultado foi bastante decepcionante, pois os líderes da Apec admitiram que estão estudando um processo em duas etapas, com a Conferência de Copenhague como primeiro passo para um acordo internacional que deve ser alcançado mais à frente. "Houve uma constatação de que não é realista esperar um acordo completo e legalmente vinculante daqui até a reunião de Copenhague, em 22 dias", disse o conselheiro adjunto para a Segurança Nacional dos Estados Unidos, Mike Froman, em entrevista à imprensa, após encontro dom os 19 presidentes à margem da Cúpula da Apec. Em 2010, a Cúpula da Apec será em Yokohama, Japão. O presidente Obama anunciou neste domingo que o Hawai, ilha da qual é originário, será sede da Cúpula anual da Apec em 2011.