O governo do presidente Barack Obama vai anunciar até segunda-feira onde serão julgados os cinco homens acusados de terem organizado os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington.
Todos eles estão atualmente na base naval americana de Guantánamo, em Cuba.
[SAIBAMAIS]Khaled Sheikh Mohammed, o idealizador dos atentados, e seus quatro cúmplices podem ser condenados à pena de morte.
Os cinco podem ser julgados por uma corte militar ou por um tribunal civil. Segundo diversas fontes em Washington, a tendência é que eles sejam julgados por um tribunal federal civil. De fato, tal decisão seria melhor para o governo americano, em termos de imagem internacional.
Os Estados Unidos "não vão organizar um processo às escondidas: o mundo inteiro terá os olhares voltados para este julgamento", explicou à AFP Suzanne Lachelier, advogada militar de um dos cinco acusados.
Entretanto, a escolha dos tribunais federais civis pode dificultar o trabalho da acusação.
Detidos em 2002 e 2003, 'KSM', Ramzi ben al-Shaiba, Ali Abd al-Aziz Ali, Wallid ben Attash e Mustapha al-Hawsawi desapareceram durante anos em prisões secretas da CIA, onde foram maltratados e, em alguns casos, torturados.
Reaparecidos em 2006 em Guantánamo e reenviados em junho de 2008 para os tribunais militares de exceção criados durante a presidência de George W. Bush, eles afirmaram querer morrer como mártires. Porém, um tribunal civil pode não condená-los à morte, devido às violências que sofreram na prisão.
No entanto, "um advogado da defesa tem tudo a temer de um júri popular em Nova York", admitiu à AFP um dos defensores dos réus. De fato, um júri popular é mais propenso a votar a pena de morte do que um júri militar.
Lembrou que a realização de um ou diversos julgamentos deste tipo no coração de Manhattan, onde ficavam as Torres Gêmeas destruídas nos atentados, ou no estado de Virginia, onde está o Pentágono, também atingido, seria "um verdadeiro pesadelo em termos de segurança".