PEQUIM - Pequim manifestou nesta terça-feira (10/11) "descontentamento" com a visita do Dalai Lama, líder espiritual dos tibetanos, a Arunachal Pradesh, estado da Índia na fronteira com a China, que tem sua soberania reivindicada pelas autoridades chinesas.
"A China expressa seu grande descontentamento após a autorização dada pela Índia ao Dalai Lama para visitar uma zona em disputa", afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês, Qin Gang. "A China se opõe firmemente a esta visita, que reflete a natureza antichinesa do Dalai Lama", completou Qin.
A tensão entre Índia e China sobre a disputada fronteira no Himalaia - que em 1962 resultou em uma guerra, breve mas violenta - se agravou nos últimos meses, com informações sobre movimentações de tropas e incursões dos dois lados.
Pequim já condenara em outubro a visita de uma semana do Dalai Lama à região e acusou o líder espiritual tibetano de querer provocar tensões nas relações entre Índia e China.
Na chegada domingo ao mosteiro de Tawang, em Arunachal Pradesh, o Dalai Lama rebateu as acusações de Pequim e negou estar promovendo os distúrbios antichineses no Tibete. "Minha visita a Tawang é não política", declarou à imprensa o Prêmio Nobel da Paz, de 74 anos.