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Multidão aclama derrubada de dominós para celebrar queda do Muro de Berlim

Sob guarda-chuvas e capas impermeáveis, uma multidão ocupou, à noite, o centro de Berlim, para assistir à derrubada das peças de um dominó gigante, colorido, para simbolizar a queda, há 20 anos, do Muro de Berlim.

Pouco depois das 21H00 (20H00 GMT), o público pronunciou uma a uma as letras da palavra "liberdade", e os últimos dominós de poliestireno caíram de um lado a outro do portão de Brandemburgo iluminado, em meio à explosão de fogos de artifício.

Um pouco antes, o ex-líder sindical polonês, Lech Walesa, um dos atores da queda do comunismo, teve a honra de derrubar o primeiro dominó da série, aclamado por cerca de 100.000 pessoas que se concentraram desde cedo no centro histórico da capital, entre Potsdamer Platz e o Reichstag - mesmo lugar por onde passava o muro que dividiu a cidade entre 1961 e 1989.

Os dominós gigantes, confeccionados e pintados por milhares de pessoas, encerravam um dia cheio de símbolos e emoções. Uma das estelas, inclusive, foi pintada pelo ex-presidente africano Nelson Mandela, emblema planetário da luta contra a opressão.

A grande festa diplomática havia começado antes com a chegada ao Portão de Brandeburgo dos chefes de Estado e de governo da Europa, mas também do presidente russo Dmitri Medvedev e da secretária de Estado americana, Hillary Clinton.

Sob o monumento, que durante décadas foi inacessível, por estar circundado pelo Muro, os dirigentes saudaram os presentes, em meio aos sons melodiosos da canção "Wind of Change", sucesso do grupo alemão Scorpions que se converteu no hino da Revolução pacífica de 1989.

Antes, o público aplaudiu calorosamente o tenor espanhol Plácido Domingo que interpretou a marcha "Berliner Luft", composta em 1899 pelo alemão Paul Lincke, e considerada o hino oficial de Berlim.

A jornada também se caracterizou pela formação de uma corrente humana de 5.000 pessoas que reconstituíram, simbolicamente, uma parte do muro desaparecido.