TAWANG - O Dalai Lama, líder espiritual tibetano no exílio, celebrou nesta segunda-feira (9/11) uma audiência com milhares de devotos durante uma visita qualificada de "não política" a uma região indiana próxima da fronteira com o Tibete, o que provocou protestos de Pequim.
Mais de 30 mil pessoas, muitas delas há vários dias no local, lotaram um estádio de polo ao ar livre, perto do remoto mosteiro de Tawang, no estado indiano de Arunachal Pradesh (nordeste), para ouvir o líder tibetano. "Compaixão e paz são as duas palavras que todos devem recordar", afirmou o Dalai Lama ao abrir o encontro religioso, que deve durar três dias.
Pequim, que considera Arunachal território chinês, condenou a visita de uma semana do Dalai Lama à região e acusou o líder espiritual tibetano de querer provocar tensões nas relações entre Índia e China.
Ao desembarcar em Tawang no domingo, o Dalai Lama rebateu as acusações da China e negou estar promovendo os distúrbios antichineses no Tibete. "Minha visita a Tawang é não política", declarou à imprensa o Nobel da Paz, de 74 anos.
As tensões entre Índia e China sobre a disputada fronteira no Himalaia - que em 1962 resultaram em uma guerra breve mas violenta - se agravaram nos últimos meses, com informações sobre movimentações de tropas e incursões dos dois lados.