SAN ANTONIO - Um oficial médico americano que ia se enviado em breve ao Iraque e abriu fogo na quinta-feira na maior base americana dos Estados Unidos, Fort Hood, em Texas, matou 13 militares e feriu outros 30.
[SAIBAMAIS]O comandante Nidal Malik Hasan, psiquiatra militar, agiu sozinho e, depois de detido, foi hospitalizado e se encontra em condições estáveis, segundo o general Bob Cone, chefe da base militar. "A investigação está em andamento, mas houve apenas um atirador, que foi ferido a bala várias vezes. De qualquer maneira, ele não morreu como se anunciou anteriormente. Ele se encontra preso e seu estado é estável", afirmou Cone.
Hasan abriu fogo às 13h30 local de quinta-feira com duas armas semiautomáticas em uma instalação onde inúmeros soldados eram submetidos a exames médicos preliminares a sua partida em missão para o Iraque ou Afeganistão.
O Pentágono difundiu imagens de feridos sendo evacuados em macas e atendidos em ambulâncias, enquanto que comandos de elite cercavam o prédio, acompanhados por cachorros. O departamento de Segurança Interna, encarregado da luta contra o terrorismo, indicou que ainda era muito cedo para determinar o motivo do tiroteio.
Apesar de o exército não querer se pronunciar sobre o motivo do ataque, um primo do atirador assegurou à tv local que o oficial se sentia perseguido devido a sua origem muçulmana. "Era vítima de acosso por parte de seus companheiros no Exército", declarou Nader Hasan ao canal Fox.
Segundo sua versão, Hasan chegou a contratar um advogado para deixar o Exército, "mais havia chegado ao limite de suas possibilidade", declarou Nader Hasan, principalmente depois de receber a notícia que seria enviado ao Iraque. Nader Hasan também negou que seu primo tenha tido medo de ser enviado ao Iraque e garantiu que jamais demonstrou ter um carater violento.
Ao destacar que o atirador tem um nome de origem muçulmana, uma das principais associações muçulmanas americanas, a Cair, condenou o ataque. "Nenhuma ideologia política ou religiosa pode justificar ou desculpar tal violência gratuita e cega", afirmou, em um comunicado. Um dos membros da Cair, Ibrahim Hooper, expressou sua preocupação de que o fato não repercuta contra os muçulmanos americanos.
Segundo o Washington Post, Hassan nasceu nos Estados Unidos em uma família de origem palestina, que deixou uma pequena cidade próxima a Jerusalém.
Hasan, que aparece em fotos sorridente, cresceu na Virgínia (leste) e estudou na Universidade de Virginia Tech, onde também ocorreu um tiroteio em 2007, o pior da história dos Estados Unidos, com 32 mortos.
Em Washington, onde trabalhava num hospital militar antes de ser transferido para o Texas, frequentava uma mesquita pelo menos uma vez por dia, segundo o imã Faizul Khan, que explicou ao jornal que o psiquiatra era muito envolvido com a religião. "Mas não havia nada de extremista em suas perguntas. Nunca demonstrou qualquer frustração ou ânsia de vingança", explicou.
Um ex-colega do atirador afirmou o contrário, e contou à Fox News que muitas vezes havia expressado o desejo de ver os muçulmanos combatendo o agressor no Iraque e no Afeganistão.
Em sua declarações à imprensa, o general Cone não quis excluir a hipótese de um ato terroristas, mas afirmou que os elementos ainda não apontavam nessa direção.
Já o presidente Barack Obama qualificou o ataque de "terrível ato de violência". "Meus pensamentos e minhas orações estão com os feridos e com as famílias dos mortos". "Ver cair estes bravos americanos no campo de batalha no exterior já é bastante difícil, mas vê-los tombar em uma base militar no solo americano é aterrador", disse Obama.
O ministério da Segurança Interna, responsável pela luta contra o terrorismo, assinalou que ainda "é muito cedo" para determinar a causa do incidente. O secretário americano da Defesa, Robert Gates, "acompanha a situação de perto e já apresentou suas condolências às famílias das vítimas", revelou um porta-voz do Pentágono.
Gates garantiu que o departamento da Defesa "fará todo o possível para ajudar a comunidade de Fort Hood a atravessar estes momentos difíceis". O secretário do Exército, John McHugh, qualificou o ataque de "terrível tragédia". Em Washington, a Câmara de Representantes e o Senado observaram um minuto de silêncio pelas vítimas do tiroteio na base militar.