BRUXELAS - A Otan vai permanecer no Afeganistão enquanto for necessário, mas o apoio ao do presidente Hamid Karzai após sua reeleição não é incondicional, alertou o secretário-geral da organização, Anders Fogh Rasmussen.
"Estamos no Afeganistão, antes de tudo, para nossa própria segurança. Se abandonarmos o país, o Afeganistão se tornará um refúgio para terroristas", acrescentou o dinamarquês. Contudo, explicou, "a comunidade internacional precisa saber quem vai lidar em Cabul, agora que a eleição presidencial chegou ao fim" com a reeleição de Karzai. "Precisamos ter certeza de que será um governo forte, confiável, um governo que oferecerá serviços básicos ao povo afegão".
Neste contexto, a iniciativa da França, Alemanha e Grã-Bretanha para realizar uma conferência internacional, provavelmente no início de 2010, sobre o Afeganistão é "um passo na direção certa", diz Rasmussen.
Esta reunião poderia ser a ocasião para a "comunidade internacional estabelecer um novo contrato com o governo em Cabul" com termos claros, continuou.
Sobre a operação militar, afirmou que ela irá "terminar quando os afegãos forem capazes de lidar com o seu país. É por isso que a missão de formação de soldados afegãos e da polícia deve ser grande", alegou.
O secretário-geral ainda rejeitou a ideia de que a sobrevivência da OTAN dependa de seu sucesso no Afeganistão, palco da maior operação de sua história. "Não é uma questão de preto ou branco, mesmo sendo uma grande operação com muitas coisas em jogo", resumiu o dinamarquês, para quem o Afeganistão é também "um local de ensaios sobre a capacidade da NATO para atender a novas ameaças de hoje".