BUENOS AIRES - O general reformado Fernando Verplaetsen xingou nesta quarta-feira um promotor durante seu julgamento por crimes de lesa humanidade, ocorridos na época da ditadura militar argentina.
"Filho da puta, vai à puta que te pariu", disse Verplaetsen ao promotor Pablo Llonto quando este citava os crimes do general.
O juiz repreendeu Verplaetsen, de 84 anos, que fingiu não entender o que ocorria: "não sei a quem devo me dirigir (...), não ouço, não ouço".
Verplaetsen foi o temido chefe de inteligência do quartel de Campo de Mayo, um dos maiores campos de prisioneiros da ditadura (1976/83) argentina, onde também funcionou uma maternidade clandestina.
Além de atuar no Campo de Mayo, Verplaetsen chefiou a polícia de Buenos Aires e, anos depois, presidiu a Associação da Unidade Argentina (Aunar), que 15 anos após a volta da democracia, em 1983, seguia afirmando que a "luta contra a subversão foi saudável e patriótica".
Além de Bignone e Verplaetsen, são julgados os ex-generais Santiago Riveros, Eugenio Guañabens Perelló, Carlos Tepedino, Jorge García e Germán Montenegro, por crimes contra 56 vítimas no Campo de Mayo.